Deputado repudia declaração de jornalista

Bernardo afirmou que nunca escondeu a existência do processo de crimes ambientais

Por uma questão de honra e dignidade, o deputado Bernardo Santana de Vasconcellos (PR-MG) ocupou a tribuna da Câmara na tarde desta quarta-feira para rechaçar nota publicada pelo jornalista Baptista Chagas, em sua coluna “Em Dia com a Política”, no jornal Estado de Minas de 8 de maio.

Segundo o colunista, “por decisão do ministro Luis Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi reaberto o processo contra o deputado Bernardo Santana, acusado de crimes ambientais, formação de quadrilha, uso de documento falso e receptação, que havia sido trancado por liminar do Tribunal de Justiça do Estado”.

Bernardo Santana afirmou que nunca escondeu a existência de um processo, do tempo em que advogava.

O processo em tramitação no STF não se apresenta no contexto midiático declarado pelo colunista. “Nele há inclusive uma gravação feita por mim de um pedido de extorsão para assinatura de TAC, devidamente gravada e periciada”, explicou.

O parlamentar ressaltou que, ao contrário do que foi levianamente declarado pelo colunista, o processo não está trancado, e sim concluso para julgamento.

Inclusive venho pedindo urgência no julgamento, pois toda vez que eu defendo no Congresso alguma posição dura, de causas complicadas, ele é divulgado. Eu defendo o Código Florestal, ele aparece no jornal. Desde 2009 eu opino sobre um assunto, ele aparece na mídia. Agora, eu defendo a PEC 37/11, ai está ele novamente”, pontuou.

Sobre a parte da nota que diz “(...) Bernardo volta para a Assembleia, sonhando trazer de volta também o processo que está no STF”, o parlamentar afirmou ser uma mentira irresponsável e leviana de quem não se preocupa em ouvir os outros, reiterando que sai candidato novamente a deputado federal nas próximas eleições.

O parlamentar ainda se mostrou indignado com a insinuação sobre a conduta do TJMG, colocando-o como um Tribunal de Justiça menor, que livra qualquer pessoa. Além de repudiar a citação do jornalista Baptista, ele também usou a tribuna para defender a justiça mineira. 

Confira o pronunciamento do Deputado na Tribuna da Câmara: 

“É sobre firmeza e posição que eu venho falar aqui hoje. Saiu hoje uma notícia no jornal Estado de Minas, em Belo Horizonte, jornal que me faz lembrar de Geraldo Teixeira da Costa a Camilo Teixeira da Costa, hoje sob a responsabilidade de Álvaro Teixeira da Costa, todos eles homens respeitáveis. Assina a coluna um repórter que, até então, eu achava que tinha o mínimo de responsabilidade, Baptista Chagas. Baptista Chagas disse hoje que o Ministro Fux teria aberto um processo contra mim e que esse processo estaria seguro pelo Tribunal de Minas Gerais e que eu, nas próximas eleições, não disputaria o cargo de Deputado Federal e, sim, o de Deputado Estadual, tentando voltar o foro para Minas Gerais.

A notícia me agride. Não sei a mando de quem ela foi veiculada, porque estamos aqui defendendo causas complicadas. Nunca escondi a existência de um processo, do tempo em que advogava, processo este que tem, inclusive, uma gravação feita por mim de um pedido de extorsão para a assinatura de TAC, degravada e periciada porMolina. Pagasse eu o valor, Governador Newton Cardoso, hoje não existiria o processo.

O processo, no entanto, não estava suspenso, corria e está concluso. Eu tenho pedido urgência no seu julgamento, porque, toda vez que defendo aqui uma posição dura, ele sai na imprensa. Eu defendo o Código Florestal, ele sai no jornal; eu defendo outra coisa, ele sai no jornal — isso, desde 2009. Agora, eu falo da PEC 37, ele está no jornal. Então, deviam pô-lo semanalmente no jornal, para ver se ele é logo julgado, e assim nós ficamos livres, porque para mim esse processo é tão antigo, que o papel que o compõe só serve para embrulhar peixe.

Antes de mais nada, Sr. Presidente, eu peço a sua tolerância porque venho aqui para defender uma questão de honra e de dignidade. Venho defender muito mais do que a mim, porque volto candidato a Deputado Federal. Se aquela notícia que veicularam lá, de que eu vou ser candidato a Deputado Estadual para fugir de foro, eu peço aos amigos mineiros que nem me recebam.

Aquilo é uma mentira deslavada, irresponsável, leviana, de quem não se preocupa em ouvir os outros.

Só queria fazer uma defesa, a defesa do Tribunal de Minas Gerais, porque o repórter, ao mesmo tempo em que agride este Parlamentar, ao dizer que eu gostaria de voltar para Minas, quer dizer que a Justiça de Minas é uma Justiça menor ou uma Justiça onde se livra qualquer pessoa e que lá as coisas são facilitadas. Temos um Poder Judiciário em Minas Gerais... Aquela frase célebre Ainda há juízes em Berlim serve também para Minas, que tem um tribunal reconhecido, juizes reconhecidos, grandes magistrados que contribuem no Estado.

Então, eu gostaria de fazer esse desagravo ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que jamais se imiscuiu. O processo está concluso, vai ser julgado, ficaremos livres, e eu vou poder continuar me defendendo, e vou fazê-lo, enquanto ele não for julgado. E todas as vezes em que eu discordar de uma opinião publicada, eles vão mencionar a existência desse processo. Mas os amigos me conhecem.

Sinto muito pelo jornalista, pela sua falta de profissionalismo.
Obrigado, Presidente”.
 

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