Vale nega grilagem e Polícia Federal continua com investigações

Entrevista coletiva dos promotores e agentes responsáveis pelas investigações

A Polícia Federal continua investigando esquema fraudulento de apropriação de terras públicas de Minas Gerais ricas em minério de ferro e suspeita do envolvimento da mineradora Vale

O inquérito, que levou à prisão de oito pessoas, diz que a Vale pagou R$ 41 milhões a empresa acusada:

Agora, a Polícia e os Ministérios Públicos Federal e estadual querem saber as razões de a companhia ter pago R$ 41 milhões a supostos integrantes de uma quadrilha que fraudava títulos de terras públicas. A Vale diz desconhecer o inquérito.

De acordo com documento do Ministério Público de Minas, a transação financeira foi registrada pelo Coaf, órgão do Ministério da Fazenda responsável pelo combate à lavagem de dinheiro.

A Operação Grilo, deflagrada no dia 20 de setembro nas cidades de Taiobeiras, Salinas e Rio Pardo de Minas resultou na prisão de oito pessoas, sendo que apenas um dos acusados continua foragido, o empresário taiobeirense Altemar Ferreira Alves.

Em petições do Ministério Público estadual, os promotores apontam ainda como suspeitos os prefeitos de Indaiabira e Vargem Grande do Rio Pardo, os irmãos Marcus (DEM) e Virgílio Penalva Costa (DEM), respectivamente. Ambos estão afastados.

Também em razão da investigação, o governo de Minas afastou o secretário de Regulação Fundiária, Manoel Costa. Dois funcionários do Iter (órgão do Estado responsável pela regularização de terras), que estão entre os presos, também foram exonerados.

Conforme as investigações, o esquema utilizava documentos emitidos pelo Iter para dar a posse de terrenos a laranjas, que transferiam as terras para intermediários da organização criminosa. Estes negociariam as terras com mineradoras.

Segundo documento do Ministério Público, em apenas um dos casos sob investigação, a Vale S/A comprou - efetuando pagamento único e em espécie - vasta extensão de terras subtraídas criminosamente do Estado de Minas Gerais pelo espantoso valor de R$ 41 milhões.

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